O lado bom da vida, inspirado no livro homônimo do Matthew Quick, carrega nas costas o peso de oito indicações ao Oscar. Estrelado por Bradley Cooper (esse lindo ♥) e Jennifer Lawrence (♥♥♥♥), a versão cinematográfica de O lado bom da vida tem um ritmo próprio. Caso você tenha lido, o essencial é esquecer o livro e mergulhar no filme, como acontece com qualquer adaptação.
Pat é bipolar. Passou oito meses em um hospital psiquiátrico e agora tem uma ordem de restrição que o impede de chegar perto da esposa. Mas, ainda assim, ele quer voltar para a ex-mulher, pois a ama. O marido de Tiffany morreu e a perda a deixou psicologicamente instável. Quando o caminho dos dois se cruzam – primeiro com atritos, depois troca de favores até chegar em uma amizade -, nenhum dos dois imagina o quanto aquele encontro, providenciado pela irmã de Tiffany para dois desajustados, poderia ajudá-los a encarar seus próprios problemas.
O filme tem um tipo de sensibilidade diferente do livro. O roteiro e a direção guiam a história para um tom cômico, mas sensível. Eu gostei muito do olhar que ele traz sobre o transtorno bipolar, bem diferente da abordagem do livro.
A história do filme é concentrada apenas no relacionamento entre Tiffany e Pat. Jennifer Lawrence convence muito no papel de Tiffany. Não é à toa que está levando todos os prêmios em todas as premiações por causa de sua atuação.
Eu adorei o filme, de como foi adaptado e como as cenas funcionaram na telona. A química entre a Jen e o Bradley é ótima e todo elenco está muito bem conectado. Senti falta de uma ligação mais forte entre Pat e seu terapeuta, já que a relação dos dois é forte e muito bonita no livro. Estranhei também a forma como a relação entre Pat e o pai foi abordada no filme, seguindo a direção oposta do livro e fazendo uma cena entre os dois personagens parecer esquisita, onde o pai diz que nunca deu atenção suficiente para o filho, quando no filme os dois claramente se dão bem. Mas, de qualquer forma, gostei muito da atuação do De Niro.
No fim, aprovei a escolha em destacar bastante o relacionamento entre Pat e Tiffany. Tem um tom cômico, mas não deixa de passara mensagem principal do livro e faz refletir.
Funcionou bem como filme e como adaptação, mas continuo achando que não merece indicação a Melhor Filme do Oscar. Mas se a JLaw ganhar o Oscar de Melhor Atriz, eu dou um piripaque. E, obviamente, apesar de não achar digno de Oscar, acho mais do que digno assistir (praticamente obrigatório).